O
universitário Renato viaja, mais uma vez, para passar as férias na
fazenda com seus pais, em pleno sertão nordestino dos anos 80. Desta
vez, porém, a vida lhe reserva uma surpresa: Adriano, o ingênuo e
semianalfabeto filho do caseiro. Envolvidos por um sentimento que se
torna maior do que eles, os dois terão de enfrentar a rígida sociedade
conservadora de seu tempo para ser felizes juntos. O que começa como uma
brincadeira inocente pode levar a uma tragédia que devastará a vida de
duas famílias."Pássaros sem canção" é um romance que explora bem os recursos da prosa
contemporânea (não linearidade narrativa, linguagem fluida, fluxo de
consciência, introspecção psicológica, final com quebra de expectativa),
mas seguindo a tradição da prosa brasileira do fim do século XIX ao
abordar os temas mais recorrentes no Realismo/Naturalismo (preconceitos,
violência, loucura, descoberta do sexo, aborto etc.), além de servir
como um retrato fiel da sociedade rural cearense do século XX,
registrando tradições, crenças e expressões populares. A composição das
personagens e a exploração do amor como um sentimento arrebatador e da
natureza em sintonia com as emoções humanas dão ao livro também um toque
do Romantismo. É um livro apaixonado, intenso, surpreendente e
explícito, por vezes, poético.